Quando eu planejei embarcar nessa viagem de um ano, era clara a vontade de experimentar (e validar) a crença de que é possível conciliar um trabalho que a gente curte a uma vida saudável e sustentável. Pra mim essa dobradinha significava trazer um pouco da vida do campo para a cidade e vice-e-versa ao participar de uma horta comunitária, interagir com os ciclos da natureza, colher pepinos e fazer conservas, fazer adubo com o lixo orgânico, criar abelhas, construir laços solidários com os vizinhos, usar a bicicleta como o principal meio de transporte e alimentar-me de cultura, trocar com gente criativa, sentir a pulsação das ruas e exercer o jornalismo ou outra atividade que me conecta com minha vocação e valores. Embora algumas coisas sejam mais viáveis no campo e outras na cidade, eu estava disposta a encontrar experiências que quebrassem de uma vez por todas a dicotomia campo x cidade.
Alemany Farm, uma fazenda urbana mantida pela comuniade em San Francisco
Durante um ano na estrada, eu conheci muito mais pontes do que muros e agora, de volta à terrinha Brasil, vou compartilhar tudo isso com vocês aqui no blog. Meninos, eu vi uma porção de jovens americanos e neo zelandeses que resolveram ser “um urbanóide a menos” (em menção ao slogam da bicicletada 'um carro a menos') e zarparam para a área rural, na intenção de descongestionar as cidades. Vi também bastante gente REIVENTANDO o movimento hippie “back to the land” ao transformar sustentabilidade e vida saudável em negócios lucrativos e éticos. É gente que cultiva, no coração dos grandes centros, mudas de hortaliças e vende em feiras orgânicas, constrói minhocários e composteiras, fabrica móveis ecológicos, cria hortas comunitárias e até fazendas urbanas, troca produtos e serviços, monta cooperativa de oficina de bicicleta, de materiais de construção usados e muito mais. Eles estão inventando uma economia construtiva baseada no ganha-ganha: o do bolso e o do planeta.
A Bike Kitchen é uma oficina de bicileta criada no esquema de cooperativa, San Francisco
O pesquisador americano Van Jones foi atrás dessa galera e reuniu um monte de histórias de sucesso no livro The Green Collar Economy ou A economia dos colarinhos verdes - soluções elegantes para a crise financeira e ambiental. O termo green collars sugere a nova categoria de profissionais verdes que está entre os engomadinhos do colarinho branco e os trabalhadores braçais de macacão azul.
Você pode assistir a algumas dessas experiências, contadas por seus protagonistas. No vídeo "Growing Home", ou cultivando um lar, você vai ver Orrin Williams e seus colegas demonstrando como a agricultura urbana está reconectando as pessoas à comunidade e à terra e revitalizando Chicago.
Nesse vídeo, a experiência do Green Workers Cooperative, uma cooperativa de trabalhadores que criou um negócio com materiais de construção usados e uma alternativa ao saturado South Bronx, em Nova Iorque.
Vale a pena a visita ao site Green for All, criado por Van Jones, pra ver como comunidades de grandes cidades americanas estão empenhadas em transformar a economia antes dita 'alternativa' em negócios que vem diminuindo o desemprego, gerado renda, empoderado as pessoas e revitalizado os espaços públicos.
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Very nice blog
ResponderExcluirMy name is Atzoletakis Agapitos .I am engineer of airplanes and I deal 40 years with the rc planes and I would want to present the models that I manufacture in Heraklion of Crete. I thank a lot.
Vielen Dank Agapitos,
I have a blogspot.
http://aeromodelling-agapitos.blogspot.com
eita nóis! que bom ouvir das tuas estadas e travessias! falou de viagem é comigo mesmo: tô na estrada tb, de rolê na África! (Libéria agora).
ResponderExcluire vi teu e-mail do livro. guarda um pra mim pra quando eu voltar (um dia...). Tb tô escrivinhando uns causos. Dá um pulo lá: dizquefuiporai.blogspot.com
um beijo sustentável e africano!
antonio